terça-feira, 27 de abril de 2010

Doutoras...

Não se preocupe por não poder dar aos seus filhos o melhor de tudo... Dê a eles o seu melhor.”

Certo dia, uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista. Quando lhe perguntaram qual era a sua profissão, ela hesitou. Não sabia bem como se classificar. O funcionário insistiu: “o que eu pergunto é se tem um trabalho.”
- Claro que tenho um trabalho, exclamou Anne, sou mãe.
- Nós não consideramos isso um trabalho. Vou colocar dona-de-casa, disse o funcionário friamente.
Uma amiga sua, chamada Marta, soube do ocorrido e ficou pensando a respeito por algum tempo. Num determinado dia, ela se encontrou numa situação idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente. O formulário parecia enorme, interminável. A primeira pergunta foi: “qual é a sua
ocupação?” Marta pensou um pouco e sem saber bem como, respondeu: “sou doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas.”
A funcionária fez uma pausa e Marta precisou repetir, pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. Depois de ter anotado tudo, a jovem ousou indagar: “posso perguntar o que é que a senhora faz exatamente?” Sem qualquer traço de agitação na voz, com muita calma, Marta explicou: “desenvolvo um programa a longo prazo, dentro e fora de casa.” Pensando na sua família, ela continuou: “sou responsável por uma equipe e já recebi quatro projetos. Trabalho em regime de dedicação exclusiva. O grau de exigência é de 14 horas por dia, às vezes, até 24 horas.”
À medida que ia descrevendo suas responsabilidades, Marta notou o crescente tom de respeito na voz da funcionária, que preencheu todo o formulário com os dados fornecidos. Quando voltou para casa, Marta foi recebida por sua equipe: uma menina com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Subindo ao andar de cima da casa, ela pôde ouvir o seu mais novo projeto, um bebê de seis meses, testando uma nova tonalidade de voz. Feliz, Marta tomou o bebê nos braços e pensou na glória da maternidade, com suas multiplicadas responsabilidades. E horas intermináveis de dedicação... “Mãe, onde está meu sapato? Mãe, me ajuda a fazer a lição? Mãe, o bebê não para de chorar. Mãe, você me busca na escola? Mãe, você vai assistir a minha dança? Mãe, você compra? Mãe...” Sentada na cama, Marta pensou: “se ela era doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, o que seriam as avós?” E logo descobriu um título para elas: doutoras-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas. As bisavós, doutoras executivas sênior. As tias, doutoras-assistentes. E todas as mulheres, mães, esposas, amigas e companheiras: doutoras na arte de fazer a vida melhor.
Num mundo em que se dá tanta importância aos títulos, em que se exige sempre maior especialização, na área profissional, torne -se um(a) especialista na arte de amar.

Autor Desconhecido


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quarta-feira, 21 de abril de 2010

FIQUE DE OLHO!

Para mais informações acesse o site: http://www.vacinacaoinfluenza.com.br/site/conteudo/index.asp
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terça-feira, 20 de abril de 2010

VERBOS - Tempos simples e compostos

TEMPOS SIMPLES

  • Do modo Indicativo:
-> Presente - Compro ...
-> Pretérito Perfeito - Comprei ...
-> Pretérito Imperfeito- Comprava ...
-> Pretérito mais-que-perfeito- Comprara ...
-> Futuro do Presente - Comprarei ...
-> Futuro do Pretérito- Compraria ...

  • Do modo Subjuntivo:
-> Presente - Compre ...
-> Pretérito imperfeito- Comprasse ...
-> Futuro - Comprar, comprares ...

TEMPOS COMPOSTOS

  • Do modo Indicativo
-> Pretérito Perfeito - Presente (ter/haver) + Particípio (verbo principal)
Ex.: tenho comprado
-> Pretérito mais-que-perfeito - Imperfeito (ter/haver) + Particípio (verbo principal)
Ex.: tinha comprado
-> Futuro do Presente - Futuro do Presente (ter/haver) + Particípio (verbo principal)
Ex.: terei comprado 
-> Futuro do Pretérito - Futuro do Pretérito (ter/haver) + Particípio (verbo principal)
Ex.: teria comprado 

  • Do modo Subjuntivo
-> Pretérito Perfeito - Presente (ter/haver) + Particípio (do verbo principal)
Ex.: tenha comprado 
-> Pretérito mais-que-perfeito - Imperfeito (ter/haver) + Particípio (verbo principal)
Ex.: tivesse comprado 
-> Futuro - Futuro (ter/haver) + Particípio (verbo principal)
Ex.: tiver comprado 

Obs.: "Como só existe um tempo simples no Pretérito do Subjuntivo (Pret.Imperfeito), ao se falar dos outros pretéritos do modo Subjuntivo, não se usa o adjetivo 'composto'. O correto é dizer apenas 'Pretérito Perfeito do Subjuntivo' e 'Pretérito mais-que-perfeito do Subjuntivo'."


Referência Bibliográfica:
Angelim, Regina Celia Cabral - Curso de língua portuguesa: da teoria a prática, morfologia  -  2ª ed. -
Rio de Janeiro: Fundação Trompowsky, 2009.
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VERBOS - Tempos primitivos e derivados

TEMPOS PRIMITIVOS


  • Presente do indicativo

  • Pretérito Perfeito do indicativo

  • Infinitivo Impessoal
TEMPOS DERIVADOS

  • Do Presente do indicativo:
-> Pretérito Imperfeito do indicativo
-> Presente do subjuntivo
-> Imperativo

  • Do Pretérito Perfeito do indicativo:
-> Pretérito Imperfeito do subjuntivo
-> Futuro do subjuntivo

  • Do Infinitivo impessoal
-> Futuro do Presente do indicativo
-> Futuro do Pretérito do indicativo
-> Infinitivo Pessoal
-> Gerúndio
-> Particípio


Referência bibliográfica:
Celso ferreira da, 1917 - Gramática da Língua Portuguesa - 11 ed. - Rio de Janeiro: FAE, 1985.
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quarta-feira, 14 de abril de 2010

PALAVRAS COM DUPLA GRAFIA

ABÓBADA e abóboda;

ABORÍGENE e aborígine;

ARTERIOSCLEROSE e aterosclerose;

ASSOBIAR e assoviar;

ATERRISSAR e aterrizar;

BABADOR e babadouro;

BÊBADO e bêbedo;

BEBEDOURO e bebedor;

BERINJELA e beringela;

BOTIJÃO e bujão;

CAATINGA e catinga;

CHIMPANZÉ e chipanzé;

DESCARRILAR e descarrilhar;

DIABETES e diabete;

DIGNITÁRIO e dignatário;

DOCERIA e doçaria;

ESTADA e estadia;

GARAGEM e garage;

HIDRELÉTRICA e hidroelétrica;

INFARTO e infarte, e enfarte e enfarto;

LISTRA e lista;

LOURA e loira;

OCTACAMPEÃO e octocampeão;

PERCENTAGEM e porcentagem;

QUATORZE e catorze;

COTA e quota;

COTIDIANO e quotidiano;

REESCREVER e rescrever;

SERIÍSSIMO e seríssimo;

TABERNA e taverna;

TATARANETO e tetraneto;

TELEVISIONAR e televisar;

TERMELÉTRICA e termoelétrica;

TERRAPLENAGEM e terraplanagem;

TRECENTÉSIMO e tricentésimo;

VOLEIBOL e volibol;

XUCRO e chucro.

SÃO EXEMPLOS QUE JÁ APARECEM NAS MAIS RECENTES EDIÇÕES DE NOSSOS PRINCIPAIS DICIONÁRIOS E NO VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO PUBLICADO PELA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.

MATERIAL RETIRADO:
Livro “Ortografia” Dicas do professor Sergio Nogueira
Editora Rocco

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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Olha que texto lindo!

Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.


"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador... Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.

Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.

Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.

Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos.

Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."

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sábado, 10 de abril de 2010

FILME PARA TRABALHAR EM SALA DE AULA - III

VEM DANÇAR


Pierre Dulaine (Antonio Banderas) é um dançarino de salão profissional, que se torna voluntário para dar aulas de dança em uma escola pública de Nova York. Pierre tenta apresentar seus métodos clássicos, mas logo enfrenta resistência dos alunos, mais interessados em hip hop. É quando deste confronto nasce um novo estilo de dança, mesclando os dois lados e tendo Pirre como mentor.



"Excelente filme! Mostra-nos que podemos fazer a diferença enquanto educadores."  Denise Ribeiro

Você tem feito a diferença?

Fonte: http://www.interfilmes.com/filme_16298_Vem.Dancar-(Take.the.Lead).htmhttp://www.cinemenu.com.br/filmes/vem-dancar-2006
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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Quando a escola é de vidro

(Ruth Rocha)

"Naquele tempo eu até que achava natural que as coisas fossem daquele jeito. Eu nem desconfiava que existissem lugares muito diferentes... Eu ia pra escola todos os dias de manhã e quando chagava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro. É, no vidro! Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do tamanho de cada um, não! O vidro dependia da classe em que a gente estudava. Se você estava no primeiro ano ganhava um vidro de um tamanho. Se você fosse do segundo ano seu vidro era um pouquinho maior. E assim, os vidros iam crescendo à medida em que você ia passando de ano. Se não passasse de ano era um horror.Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado. Coubesse ou não coubesse. Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros. E pra falar a verdade, ninguém cabia direito. Uns eram muito gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável. Os muitos altos de repente se esticavam e as tampas dos vidros saltavam longe, às vezes até batiam no professor. Ele ficava louco da vida e atarrachava a tampa com força, que era pra não sair mais. A gente não escutava direito o que os professores diziam, os professores não entendiam o que a gente falava... As meninas ganhavam uns vidros menores que os meninos. Ninguém queria saber se elas estavam crescendo depressa, se não cabia nos vidros, se respiravam direito... A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação física. Mas aí a gente já estava desesperado, de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros. As meninas, coitadas, nem tiravam os vidros no recreio. E na aula de educação física elas ficavam atrapalhadas, não estavam acostumadas a ficarem livres, não tinha jeito nenhum para Educação Física. Dizem, nem sei se é verdade, que muitas meninas usavam vidros até em casa. E alguns meninos também. Estes eram os mais tristes de todos. Nunca sabiam inventar brincadeiras, não davam risada à toa, uma tristeza! Se a gente reclamava? Alguns reclamavam. E então os grandes diziam que sempre tinha sido assim; ia ser assim o resto da vida. Uma professora, que eu tinha, dizia que ela sempre tinha usado vidro, até pra dormir, por isso que ela tinha boa postura. Uma vez um colega meu disse pra professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer a vontade. Então a professora respondeu que era mentira, que isso era conversa de comunistas. Ou até coisa pior... Tinha menino que tinha até de sair da escola porque não havia jeito de se acomodar nos vidros. E tinha uns que mesmo quando saíam dos vidros ficavam do mesmo jeitinho, meio encolhidos, como se estivessem tão acostumados que até estranhavam sair dos vidros.Mas uma vez, veio para minha escola um menino, que parece que era favelado, carente, essas coisas que as pessoas dizem pra não dizer que é pobre. Aí não tinha vidro pra botar esse menino. Então os professores acharam que não fazia mal não, já que ele não pagava a escola mesmo... Então o Firuli, ele se chamava Firuli, começou a assistir as aulas sem estar dentro do vidro. O engraçado é que o Firuli desenhava melhor que qualquer um, o Firuli respondia perguntas mais depressa que os outros, o Firuli era muito mais engraçado... E os professores não gostavam nada disso... Afinal, o Firuli podia ser um mal exemplo pra nós... E nós morríamos de inveja dele, que ficava no bem-bom, de perna esticada, quando queria ele espreguiçava, e até mesmo que gozava a cara da gente que vivia preso. Então um dia um menino da minha classe falou que também não ia entrar no vidro. Dona Demência ficou furiosa, deu um coque nele e ele acabou tendo que se meter no vidro, como qualquer um. Mas no dia seguinte duas meninas resolveram que não iam entrar no vidro também: - Se o Firuli pode por que é que nós não podemos? Mas Dona Demência não era sopa. Deu um coque em cada uma, e lá se foram elas, cada uma pro seu vidro... Já no outro dia a coisa tinha engrossado. Já tinha oito meninos que não queriam saber de entrar nos vidros. Dona Demência perdeu a paciência e mandou chamar seu Hermenegildo que era o diretor lá da escola. Seu Hermenegildo chegou muito desconfiado: - Aposto que essa rebelião foi fomentada pelo Firuli. É um perigo esse tipo de gente aqui na escola. Um perigo! A gente não sabia o que é que queria dizer fomentada, mas entendeu muito bem que ele estava falando mal do Firuli. E seu Hermenegildo não conversou mais. Começou a pegar as meninos um por um e enfiar à força dentro dos vidros. Mas nós estávamos loucos para sair também, e pra cada um que ele conseguia enfiar dentro do vidro - já tinha dois fora. E todo mundo começou a correr do seu Hermenegildo, que era pra ele não pegar a gente, e na correria começamos a derrubar os vidros. E quebramos um vidro, depois quebramos outro e outro mais dona Demência já estava na janela gritando - SOCORRO! VÂNDALOS! BÁRBAROS! (pra ela bárbaro era xingação). Chamem o Bombeiro, o exército da Salvação, a Polícia Feminina... Os professores das outras classes mandaram cada um, um aluno para ver o que estava acontecendo. E quando os alunos voltaram e contaram a farra que estava na 6° série todo mundo ficou assanhado e começou a sair dos vidros. Na pressa de sair começaram a esbarrar uns nos outros e os vidros começaram a cair e a quebrar. Foi um custo botar ordem na escola e o diretor achou melhor mandar todo mundo pra casa, que era pra pensar num castigo bem grande, pro dia seguinte. Então eles descobriram que a maior parte dos vidros estava quebrada e que ia ficar muito caro comprar aquela vidraria tudo de novo. Então diante disso seu Hermenegildo pensou um pocadinho, e começou a contar pra todo mundo que em outros lugares tinha umas escolas que não usavam vidro nem nada, e que dava bem certo, as crianças gostavam muito mais. E que de agora em diante ia ser assim: nada de vidro, cada um podia se esticar um bocadinho, não precisava ficar duro nem nada, e que a escola agora ia se chamar Escola Experimental. Dona Demência, que apesar do nome não era louca nem nada, ainda disse timidamente:- Mas seu Hermenegildo, Escola Experimental não é bem isso... Seu Hermenegildo não se pertubou: - Não tem importância. A gente começa experimentando isso. Depois a gente experimenta outras coisas... E foi assim que na minha terra começaram a aparecer as Escolas Experimentais. Depois aconteceram muitas coisas, que um dia eu ainda vou contar..."


"E você educador, tem posto seus alunos em formas de vidro? 
Lembre-se que a liberdade de expressão é algo fundamental para o processo ensino-aprendizagem." Denise Ribeiro
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O texto a seguir revela a adaptação dos falantes aos novos tempos.

E tudo mudou
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss

O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse

Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...

Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street

O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...

... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças.

(Luis Fernando Veríssimo)
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sábado, 3 de abril de 2010

Linguagem poética x poema x poesia x prosa - Resumo

Linguagem Poética
É aquela marcada pela subjetividade, pela polissemia e pelos recursos sonoros. Pode ser usada num texto em verso (poema) ou em prosa (prosa poética).

Poema
É a unidade da poesia. É estruturado em versos (linhas poéticas), que se agrupam em estrofes.

Prosa
É o texto produzido em linhas contínuas e parágrafos. Seu conteúdo pode ser objetivo ou subjetivo (nesse caso, é chamado prosa poética).

Poesia x Poema

Poesia: Caráter do que emociona, toca a sensibilidade. Sugere emoções por meio de uma linguagem.
Poema: obra em verso em que há poesia

Fonte: http://www.cdb.br/prof/arquivos/75108_20070501031246.ppt#271,15,Slide 15
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COESÃO X COERÊNCIA - Resumo

COESÃO
• São as articulações gramaticais existentes entre as palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão sequencial.

COERÊNCIA
• É o resultado da articulação das ideias de um texto; é a estrutura lógico-semântica que faz com que numa situação discursiva palavras e frases componham um todo significativo para os interlocutores.

COERÊNCIA SEM COESÃO


• Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de vida humana. Tentativa desesperada de recordar alguma coisa. Nada.

COESÃO SEM COERÊNCIA

• Fui à praia me bronzear porque estava nevando e, quando isso ocorre, o calor aumenta, o que faz com que sintamos frio.


VEJA:
• Doente não à foi estava aula ele. (sem coesão e sem coerência)

• Ele estava doente. Não foi à aula.
– Organização lógica: Coerência

• Ele estava doente, por isso não foi à aula.
– Relação de consequência: Coesão

Fonte: http://www.educacional.com.br/upload/blogSite/403/403093/993/Coesao%20I168200918492.ppt#256,1, Coesão e Coerência
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